26/05/2009


Hoje o dia está muito chuvoso, me deparo mais uma vez com a sensação de vazio, saudade, um sono abrupto toma conta da minha alma e sem querer as lágrimas afloram...

Sinto falta do que ja tive, esperança do que vou ter, medo do me que espera, é um mix de sentimentos...e a chuva continua caindo...

Dia frio, sem o brilho do sol...nuvens pesadas, clima hostil, sem produtividade..e a chuva continua caindo...

Ja canta o mestre Djavan:"um dia frio, um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em você...", o pensamento está a mil, está longe...as vontades burbulham mas a razão as tosa, a vontade de sorrir se escondeu com o sol...e a chuva continua....

Estamos no meio do dia e nada acontece de bom...os sentimentos fervilham, o corpo adoece e a chuva que não cede vai até quando?

...e a chuva continua...


PALOMA ALBUQUERQUE

18/05/2009

ALGUÉM TEM EXPLICAÇÃO?


Não faz muito tempo e nossas crianças eram respeitadas, mal se ouvia falar em estupros, esquartejamentos, aliciamento de menores, ou será que eu quem vivia no mundo da lua?! Ah, não! Eu era uma criança, talvez não ouvia falar porque não sabia o que eram essas coisas, mas hoje minha filha de dez anos tanto sabe que me dá até aulas sobre estes assuntos, será que ela é muito adulta pra idade dela? São tantas perguntas e poucas respostas ou nenhuma resposta, há pessoas que digam que é a globalização, falta de planejamento público, evolução das mulheres que saíram de dentro de casa para trabalhar e deixam seus filhos aos olhos de terceiro, há quem diga que é a desestruturação da instituição família, há quem diga tanta coisa e nada faça...
Nos dias de hoje, quando ligamos a televisão para ver os telejornais por pouco não escorre sangue no centro da sala, a violência é tratada como matéria principal, dantes quando se sabia que ia ter sangue na televisão tirava-se as crianças de frente da tela para não ver as cenas chocantes, hoje em dia chama-se para ver, como forma de exemplificar e colocar medo, só assim elas vão saber como se defender... a que ponto chegamos...lembro que aos dez anos eu ia de ônibus para a escola e ainda era responsável pelas minhas duas irmãs menores, nunca ouvi falar de tiros dentro de ônibus, assalto? Isso sim era igual a caviar, agente pouco ouvia falar mais nunca presenciava, eu brincava na rua até altas horas da noite com várias crianças sem a presença de um adulto, minha filha não fica no portão de casa por mais que três minutos sem que algum adulto não chame pelo nome dela, para saber se ela ainda está ali, absurdo!
Será que a violência vai acabar com as brincadeiras de rua? Ou já acabou? Brincar de queimada, futebol, esconde-esconde, tica-pega, garrafão, ainda existe? Ah como era bom meu tempo de criança..., não existia computador, vídeo-game, só existia a “fita” do come-come e Super Mários, nada de guerra, jogos violentos onde ganha quem mata mais, ah como era bom meu tempo de criança...
Chegou à evolução tecnológica, a violência acompanhou e as crianças são alvos em ebulição, meu Deus, à que ponto chegamos ... e onde vamos parar...estamos perdendo nossas crianças e ALGUÉM TEM EXPLICAÇÃO?
PALOMA ALBUQUERQUE 18/05/09

Ser mãe!


Com alguns poucos dias de atraso, percebi que algo muito especial estava por acontecer em minha vida, me sentia insegura, com medo, feliz ao mesmo tempo em que preocupada, resolvi fazer o teste! BINGO!POSITIVO! Não sabia se chorava, se ria, se pulava, se gritava para o mundo todo ouvir, só sei que dentro de mim explodia de alegria, tudo começou a ter um novo sentido. Os meses foram passando e cada dia mais eu amava uma pessoinha que nem conhecia, minha vida já começava a girar em torno dela e ela fora crescendo. Vieram os enjoos, urgh, terrivel, mais eram os enjoos mais esperados da minha vida, rs, não durou muito tempo. Mecheu! Meu Deus que sensação divina, algo que só nós mães sabemos o que é e que por mais que se tente descrever a sensação é impossível, meu corpo começou a ficar deformado, mais me sentia a mulher mais linda do mundo, nunca me senti tão bem me vendo gorda e cada vez mais gorda, porém linda! Os chutes vieram e mais parecia que queria sair da minha barriga, era uma festa, “corre ta mechendo aqui” e todo mundo disputava uma vaguinha na minha barriga pra sentir também, “parou” e os risos ecoavam, “agora aqui” e mais uma vez a disputa começava, chegava a ser divertido, o enxoval era coisa de bonequinha, tudo feito com carinho, era o ser mais esperado da minha vida, todo dia ficava imaginando: vai ter meus cabelos, os olhos do pai, a boca do pai, minhas pernas, montava ela todinha, todo dia ela mudava de feição em meus pensamentos, rs, revolucionou minha vida. NASCEU! Meu Deus! Jamais nenhum ser conseguirá descrever a emoção, o mix de sentimentos que é colocar uma vida no mundo, o corpo entra em êxtase e neste momento caiu a ficha, começaram as preocupações: como ela é? É perfeita? Ta bem? Parece com quem ( como se todo bebê não tivessem o mesmo rostinho)? Tudo ocorreu bem, ela é linda, perfeita, obrigada meu Deus! Agora depende de mim , olha a responsabilidade! E as duvidas começaram, será que vou dar conta? Será que sei dar de mamar? Será que sei trocar fraldas? Quando eu sei que ela fez caca? Quando deve trocar as fraldas de xixi? E se ela estiver chorando o que será que ela está sentindo? Mais tudo fluiu, o instinto materno é maior que todas as duvidas, ele responde a tudo precisamente. Chorou e agora? “Dá o peito ta com fome”, meu Senhor quanto és perfeito, é simplesmente sublime amamentar, olhar aquele rostinho, aquela coisinha tão indefesa, tão pequena, tão linda, tão tão, envolvida nos meus braços, o laço era cada vez mais forte entre agente, existia naquele momento uma cumplicidade, momento inesquecivel! Acordei quantas noites, quantas madrugadas pra ver se estava respirando, rs, se estava xixi, mais acordava com prazer. E as olheiras? Ah! Essas me perseguiam desde o dia em que ela nasceu, mais mesmo assim eu transbordava de alegria. Adoeceu a primeira vez, meu Jesus e agora? Febre, alta...piores dias da minha vida, me sentia inútil, sem forças por que não queria ver minha vida naquela situação, eram noites acordadas, mal dormidas, preocupação, mais passou, uffa! Ela crescia e sempre mais interessante, falou, engatinhou, nasceram os dentinhos, caiu a primeira vez, deu os primeiros passinhos, foi pra escola, que sofrimento, eu sofri mais do que ela, chorava mais que ela, era a primeira vez que não iria está sob meus olhos, seja o que Deus quiser! Todos os dias é um dia de glória, de descobertas, cada dia que passa, percebo que Gabriella é minha vida, minha razão de viver, é simplesmente meu porto seguro, hoje as dez anos é como se tivesse acabado de nascer, me descubro nela, sou uma pessoa realizada, ser mãe é a forma mais magistral de ser mulher! Agradeço a Deus todos os dias pela experiencia, o descobrimento a realização de ser mãe! OBRIGADA MEU DEUS!
PALOMA ALBUQUERQUE 08/05/09!